sábado, 27 de dezembro de 2008

Uma Parceria em Experiência Interdisciplinar!

PESQUISA SOBRE A PARCERIA NA FORMAÇÃO
VICE-PROVÍNCIAS DE RECIFE E FORTALEZA

INTRODUÇÃO
Em reunião das duas Equipes que representam os confrades das Unidades de Recife e Fortaleza, surgiu a necessidade de encaminhar uma avaliação sobre a parceria que nos envolve. Embora já tenha sido objeto de reflexão há uns dois anos num encontro das duas Unidades, sentimos necessidade de ouvir mais de perto aqueles que experimentaram a parceria na Formação. Padres, Irmãos e Estudantes que foram formados nesta colaboração são chamados a expressar o que viveram nestes anos de formação.

Apresento o resultado da pesquisa feita entre os confrades e estudantes das Vice-províncias de Recife e Fortaleza, sobre a Parceria na Formação.

A princípio, entendi que eu tinha sido incumbido desta tarefa. Tempos depois, fui alertado de que deveria fazê-la com os Secretariados de Formação. E aqui peço desculpas por ter entendido de forma equivocada.

As questões foram, elaboradas, pedia ajuda a alguns confrades e as recebi. No dia 29 de agosto foi lançada a pesquisa através do Blog http://www.parceria-redentorista.blogspot.com/. Enviei para os e-mails dos confrades que tinham experienciado a realidade de Parceria na Formação, mesmo àqueles que há mais de cinco anos estiveram trabalhando em situação de colaboração com outras Unidades na Formação. As perguntas foram as seguintes:

1- Quais os ganhos e perdas que você percebe no processo de Parceria entre as Unidades Redentoristas de Recife e Fortaleza?
a. Quanto tempo você vivenciou a parceria na formação? Aonde? Em que etapa formativa?
b. Estrutura física das casas e sua adaptação às necessidades da Formação;
c. Formação (habilitação) dos formadores;
d. Colaboração e sintonia entre os formadores;
e. Vivência da espiritualidade redentorista;
f. Presença e apoio do Governo Vice-Provincial;
g. Instituições de formação acadêmicas (Filosofia, Teologia, etc);
h. Noviciado (indique aonde fez o seu Noviciado);
i. Ordenação e Votos em conjunto;
j. Conteúdo das etapas de formação;
k. Espaço e formação para a pastoral;
l. Incentivo ao desenvolvimento intelectual: cursos extra-curriculares;
m. Quais os valores que observamos no jeito da outra Vice-Província?
n. Quais as dificuldades que nós encontramos?
o. A convivência na formação nos abriu para mais experiências de missão em parceria com a outra Unidade ou trabalho missionário ou termina com a formação?
p. A ausência de parcerias poderia indicar fechamento em nossas tradições próprias?
q. Quais as resistências maiores dentro de nós? De onde vêm?
r. A formação em parceria nos ajudou a crescer na consciência de pertencermos todos a uma grande família redentorista internacional?
Após o envio da primeira mensagem indicando o Blog a ser acessado com as questões, foram enviadas outras mensagens de incentivo e motivação para o envio das respostas.
Responderam:

a) 11 pessoas, entre estudantes e confrades (padres e Irmãos);
i. CONFRADES: 04 (03 da V. Província de Recife e 01 da V. Província de Fortaleza).
ii. POSTULANTES: 06 (04 da v. Província De Fortaleza e 02 da V. Província de Recife).

b) Uma comunidade religiosa da vice-província de Recife (a comunidade se reuniu e debateu sobre as questões recebidas e enviou sua contribuição).

Todas as respostas aqui apresentadas, são fruto da atenção e corresponsabilidade dos confrades e estudantes que decidiram e conseguiram reservar seu tempo, priorizando esta avaliação. Isto evidencia uma atitude de grande préstimo. O que está sistematizado, foi feito com o cuidado de ser fiel às idéias que nos chegaram. A sistematização foi o desafio maior, o que agora apresento abaixo:[1]

Para entender o que foi expresso, é importante considerar que:
a) As respostas dos confrades e estudantes sem votos estão misturadas;
b) Há pessoas que expressaram mais de uma resposta em um mesmo. Outros não responderam algumas questões.
c) As respostas dos estudantes são muito profundas, consistentes, indica questão interessados, querem crescer e contribuir com o grupo redentorista;
d) Algumas falas são direcionadas à realidade de uma Unidade específica, enfocando a parceria;
e) Algumas falas foram reelaboradas com o cuidado de preservar o seu conteúdo e apresentá-lo de forma mais clara;
f) O entendimento sobre a parceria não ficou restrito apenas a formação, em geral, todos a entenderam com abrangência na missão de Tacaratu.
g) A sequência do questionário não foi obedecida por todos, algumas respostas vieram em formato de “texto corrido”;
h) Algumas respostas falam de realidades atuais, enquanto outras fazem alusão a situações do passado.

I - RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO

1- Ganhos e perdas percebidos no processo de Parceria entre as Unidades Redentoristas de Recife e Fortaleza

- Unir forças na missão
- Aprendemos uma nova mística, nova cultura
- Ajuda e abertura de pessoas maduras da outra Unidade
- Troca de experiências
- Troca de experiências
- Conhecimento de outras realidades
- Formação de grupo maior que possibilita confrontos na vida comunitária;
- Partilha sobre a realidade das etapas formativas
Entrosamento entre as Unidades.
- Diminuição das distâncias entre os confrades do Nordeste.
- Conhecimento de lugares novos.
Conhecimento de outros confrades.
- Conhecimento da história da outra Unidade.
- Favorece a união entre as duas Unidades.
- Partilha das experiências, especialmente no processo de formação, é experiência gratificante.
- Distância das pessoas da Unidade de origem
- Os formandos não conhecem mais sobre a própria Unidade.
- Os estudantes têm pouca convivência com confrades da própria Unidade.
- Supervalorização dos estudos acadêmicos.
- Divergências no posicionamento quanto a questões comuns.
-

2- Comentários de ACEITAÇÃO da Parceria
- Não abertura para se fazer a caminhada de parceria, exigência que parte da espiritualidade redentorista e não apenas das necessidades locais.
- Há pessoas imaturas nas duas Unidades que não querem que essa parceria aconteça.
- o desafio cultural e pastoral são fatores vitais para a Parceria.
- Vejo a pareceria como uma coisa muito positiva para as Unidades. Os pontos negativos são normais, pois toda iniciativa nova tem algo difícil, mas com o tempo as coisas vão se ajeitando.
- a Parceria no processo formativo é positiva.
- Voltar atrás seria um retrocesso para as duas Unidades. Vamos caminhando e procurando acertar até que tudo se ajeite.
- É preciso acordar porque nos dias de hoje não se sobrevive sem parceria. Estamos no tempo das redes de comunicação e não podemos nos dar ao luxo de continuarmos vivendo como no passado, voltados para o nosso pequeno mundo

3- Comentários de NÃO-ACEITAÇÃO da Parceria
- Falta a motivação que faz desacreditar no propósito que une a todos.
- Há a perda dos ideais que fazem acontecer a parceria entre as Unidades.

4- Dificuldades na Parceria
- Há preconceito e medo em relação a outra Unidade. Há situações de vida da outra Unidade que não é aceita pela outra, mas isso é natural. Por exemplo, o modo de como o Governo de Fortaleza interfere nos assuntos da Formação sem consultar as outras instâncias. Do lado de Recife, parece que é muito lenta para decidir as coisas práticas.
- A parceria parece se limitar apenas à Formação, dando a entender que funciona assim: eu mando os daqui para a Teologia e vocês mandam os daí para a Filosofia.
- Experiência interessante sem marcas negativas.
- A idéia da parceria já foi mais forte. Hoje, é marcada pelo medo e a insegurança
- Os confrades das duas Unidades não se convenceram da Parceria
- A parceria só existe pela necessidade da ajuda mútua, ou do contrário a reestruturação nem teria passado por aqui.
- Não existe parceria entre as Unidades, existe uma tarefa comum nas etapas de formação, o que nem isso é aceito de bom grado pelos jovens das etapas.
- Estamos desconfiados no que diz respeito aos desafios da missão em lugares mais desafiadores e exigentes.
- Existem padres que só pensam na sua felicidade e que deixam o desempenho missionário em segundo plano, até na formação.

5- Instituições de Formação (Filosofia e Teologia)
- É preocupação fundamental para uma boa formação superior.
- São excepcionais.
- Estamos estudando em bons lugares, em relação a outros que existem por aí.
- Nas casas de formação é preciso respirar mais Filosofia e Teologia.

- A UNICAP:
- tem uma vastidão de oportunidades que podem ser exploradas pelo estudante para ofrtalecer sua dimensão cognitiva, bem como o confronto com diversas realidades humanas.
- Encontrei espaço para desenvolver projetos junto a instituição na área social, integrando as diversas áreas do saber.
- INSAF:
- Traz segurança quanto ao futuro, não podemos ficar presos nas reflexões medíocres que temos ou na falta delas. A Teologia do ITEP parece ser muito fraca em relação ao que nós desejamos para o nosso grupo redentorista.
- Comprometido com a formação dos filósofos licenciados.
- Foi uma conquista. É exigente e isso o leva ao patamar de uma das melhores faculdades do Nordeste.
- É um dos melhores cursos do Nordeste. Agradeço aos governos pela opção. Mas é muito exigente.
- Oferece diálogo com o jovem. Através do diálogo é possível oferecer ao jovem outras possibilidades para a fase do postulantado. Ex: Comunicação Social.
6- Vida Intelectual em geral
- Seria bom que confrades pudessem fazer especializações em vista da missão.

7- Os Formadores
- São sempre improvisados, a necessidade é quem manda, mas não faltou interesse em acertar.
- Não houve participação em curso preparatório.
- Formkação atualizada, dinâmica e de acordo com as exigências do grupo.
- O corpo formativo tem potencialidades e boa formação
- Nem sempre os formadores têm uma preparação. Só o Pe. Domingos preparou-se para ser Mestre. Os outros, sempre se esforçaram por darem o melhor de si.
- Grande capacidade dos formadores que já conviveram comigo, ajudam na vocação.
- Falta estudos e atualização para alguns.
- Todos os religiosos novos são formados em parceria e a maioria não quer trabalho em parceria. Talvez nós, religiosos não estejamos motivando os jovens.

8- Sintonia entre os Formadores
- Há partilha no nível intelectual. As decisões são partilhadas com alguns, porém, leva-se em conta critérios internos da casa de formação.
- Houve sintonia entre eles, adotaram os mesmos métodos ou diferentes, segundo a realidade de cada grupo
- Existe boa sintonia (2)
- Muitas vezes não há sintonia entre os formadores, isso é nítido.
- Não percebo uma coesão clara. O conteúdo, metodologia e diretrizes de ação do projeto formativo deveria ser prioridade para o Secretariado de Formação
- Falta de encontros para conversar sobre os problemas da Formação.

9- Conteúdo da formação
- Deve ser buscado
- Cada casa tem sua programação anual e deve ser rigorosamente colocada em prática.
- Os conteúdos de cada etapa deveriam ser aprofundados no que diz respeito a dimensão religiosa (Igreja, Bíblia...).
- Falta um plano formativo (conteúdo das fases de formação).

10- Dimensão Intelectual: Incentivo a cursos extra-curriculares
- Incentivo a estudar uma Língua estrangeira
- Postulínter
- Curso de Verão
- Ainda não tive oportunidade de fazer cursos extra-curriculares (postulante).
- Há carência de incentivo, especialmente para quem está no processo de formação.
- Até o momento não escutei nenhum incentivo e nem abertura.
- Sinto abertura para o desenvolvimento intelectual. Cursos, palestras e congressos são permitidos, desde que o jovem demonstre interesse e que traga contribuição para a formação.
- Alguns confrades novos têm mentalidade pequena, depois da teologia não estudam mais.
- Alguns religiosos não têm conteúdo nas homilias, precisam estudar mais para oferecer algo melhor ao povo .

11- Estruturação Física da casa em que viviam
- Boa estrutura, oferecendo convivência e espiritualidade
- Hoje está bem melhor, a precariedade da casa de Filosofia era terrível. Hoje é outra coisa.
- A estrutura foi ajustada de acordo com a quantidade de aspirantes e as necessidades internas.
- Os espaços devem ser melhorados, adaptados para melhor comodidade para facilitar o processo formativo. Temos boas casa mas não as melhores.
- Sempre houve preocupação em torno de uma boa estrutura física e acadêmica.
- A comunidade Pe. Pitiá necessita rever seus espaços físicos e situações do dia-a-dia, como porta do banheiro.
12- Convento da Madalena
- A estrutura das casas ninguém pode reclamar, mas uma coisa eu digo: a casa da Madalena não é casa para formação. É uma casa enorme e muito movimentada.
- Boa estrutura, necessitando de algumas adaptações normais na Madalena

13- Vivência da Espiritualidade Redentorista
- Parece que naquela época éramos menos pretensiosos e menos fechados em mundinhos ainda não globalizados, com são (as pessoas) de hoje.
- Celebração das nossas festas em comunidade e nas respectivas datas.
- Fui motivado a partir da prática da oração diária, estudo da vida dos santos, celebrações e festas, etc.

- Não há programação que tenha orientação da parceria
- Na formação há necessidade de maior aprofundamento da espiritualidade, agregando sintonia entre as etapas.
- A vivência da espiritualidade muitas vezes está distante da realidade e isso desmotiva os que estão em formação inicial.
- às vezes sinto a espiritualidade eclodindo na formação e entre nossas comunidades é deficitária.
- A vivência da espiritualidade é um ponto fraco da formação, os próprios jovens contribuem para isso.

14- Noviciado em outra Unidade
- Amei e foi lá onde vi o quanto é necessário um momento de interiorização real.
- Que vocação redentorista acolhemos em nossas casas? Que abertura missionária a pessoa tem para abraçar o projeto missionário?

15- Espaço pastoral e a Formação
- Nos centros urbanos a experiência pastoral na formação beira o comodismo.
- São válidas outras experiências missionárias feitas no decorrer do ano.
- Na postulantado (Madalena) os estudos absorvem o tempo para a pastoral. A formação deveria trabalhar mais esse aspecto.
- Na Madalena há dificuldades quanto a um projeto pastoral. No Ibura há mais espaço pastoral.
- Temos bons espaços pastorais mas às vezes não temos capacidade de fazer outra coisa a não ser as coisas paroquiais.

16- Apoio do Governo Vice-Provincial
- Temos aopio total do vice-provincial, ele está sempre informado de nós.
- Há a presença dos jovens buscando informações, avaliando individual e pessoalmente (sic).
- A formação é tema contínuo dos governos.
No primeiro ano de formação eu percebia o apoio do Governo Vice-Provincial.
- Os superiores vice-provinciais mostram-se muito próximos dos estudantes e confrades.
- Hoje, o governo é mais presente na vida das comunidades e isso anima e aquece as comunidades .
- Sinto que é um governo que conversa e não é fechado nas questões, mas que se abre para ouvir e decidir.
-É visível o apoio e a presença. Mas às vezes o governo é lento para tomar decisões que ajudem a formação.
O governo está próximo dos estudantes (exemplo: as viagens de Pe. Bernardo ao Recife).

17- Celebração de Ordenação e Votos
- Deve-se fazer sempre juntos, não há razão para fazer diferente.
- As celebrações não são nada práticas.

18- Parceria abriu os horizontes para a missão?

- Sim, abriu-me para fazer outra experiência em outra Unidade
- De forma nenhuma houve nova abertura. Até em Tacaratu a parceria faliu.
- A formação em comum não tem alcance para formar consciência nesse sentido.
- Depois do término dos estudos, cada um “vai de volta para a sua terra, só falta o Gugu Liberato levar em casa”.
- Não se sente otimismo na parceria quanto ao seu futuro.


COMENTÁRIOS:
- Os novos religiosos passaram pela experiência da parceria e não vêem enriquecimento nisso.
- A formação possibilita o trabalho missionário em comum. Mas não julgo positiva a criação de diversas parcerias nas áreas pastorais. Acredito que uma Unidade pode apoiar a outra sem ser preciso firmar uma parceria.
- Uma idéia que prejudicou foi a idéia de FUSÃO entre as Unidades.

19- Ausência de Pareceria indica fechamento?
- A questão não é fechar-se na tradição. Como pensar a tradição se não há projetos claros? Parceria não e de pessoas mas de projetos claros.
- Não há projetos, nem corações, nem disponibilidade. A marca do tempo é individualista e assim, nós somos e também formamos.
- Não é certo que cada Unidade se prenda em suas próprias tradições, mas procure fortalecer-se através da união.
- Não estar na parceria não significa estar fechado em si, o passado da Congregação existia sem divisão e sem parceria.
- Não somos Unidades isoladas, somos uma Congregação. É necessária a parceria.
- Não é fechamento, a vice-província possui identidade própria e independe da parceria.

20- Parceria e a consciência de sermos uma família redentorista
SIM
NÃO
- Nós não somos apenas um grupo, mas uma família que ultrapassa as nossas fronteiras, não estamos sós.
- Podemos ver isso na história da fundação das Unidades (holandeses e Irlandeses)
- É na parceria que nos vemos como Congregação que está unida e que é uma família maior que cada indivíduo.
- A experiência da parceria na Formação Inicial parece não estar levando os novos confrades a se comprometerem com essa parceria nos trabalhos missionários.Muitos, pelo contrário, me parece que está tendo o efeito de voltar-se com mais intensidade para a própria unidade.
- Sim, mas não podemos nos resumir a experiência de duas vice-províncias, necessitamos investir no caráter internacional da Congregação.

- A parceria não ajudou na consciência de sermos uma família redentorista, “estamos muito longe disto. As reuniões são fracas, o conteúdo pouco ousado, a reflexão, por ser respeitosa, é morna.”
- A grande família só se enxerga nos grandes encontros nacionais, na realidade não passam de encontros que não conseguem ser traduzidos para a base.

COMENTÁRIOS:
- Tenho a impressão de que a parceria nas três fases de formação inicial (aspirantado, postulantado, noviciado) está sendo uma experiência mais tranqüila e agradável para os próprios estudantes, diferente do que se vive na fase do juniorato. Parece haver uma certa inquietação.
- Parceria foi por necessidade na formação e ampliou-se par a missão (Tacaratu). Por carência da Formação, continua até hoje.
- A tendência no mundo de hoje é a parceria entre outros pares. Quando não se faz isso, se acaba. Na Europa, há muita gente de todos os lugares estudando e fazendo experiências em outras terras. É preciso se preparar para acolher o diferente entre nós e também ir até os outros. Os idosos têm mais dificuldades para ter o espírito de mudança e acolhida mas os novos precisam ter esse espírito.
- Houve Assembléia das duas Unidades em Fortaleza, mas os mais jovens nada disseram, não estavam interessados. Os holandeses e irlandeses foram os que se expressaram. A parceria não cresceu, ficou criança, não tem correspondência entre os jovens. Concretamente não há manifestação sobre a parceria, a não ser em conversas individuais.
- Há uma relação de poder: em parceria não é possível ter segurança, ”feudos”, amizades, reconhecimento... A parceria dilui nossas relações. A mentalidade moderna de instar-se está muito presente na formação.

21- Sugestões
- Encontros entre as duas Unidades para formação
- Ampliar a parceria, não a limitar apenas a formação
- É preciso que os Secretariados de Formação tenham uma ação conjunta para ver o conteúdo da Formação em todas as etapas.
- A parceria não pode ser pensada entre duas Unidades mas em nível de URB.
- Que a parceria não se limite apenas às duas Unidades (Recife e Fortaleza).
- Os Governos devem estimular o envio de alguns estudantes para experiências em outras Unidades , assim como abertura para acolher estudantes de outras Províncias.
- Defendo que os noviços da mesma vice-província façam os votos juntos, mas que as ordenações sejam individuais e na comunidade de origem.

22- Comentários relacionando as duas Unidades
- Há divergências no posicionamento: Recife é coordenada por brasileiros e Fortaleza, por Irlandeses; aqui reside uma diferença de mentalidade.
- Fortaleza é ousada nas suas reflexões, Recife é mais reflexiva, por isso, lenta.
- Fortaleza tem um jeito mais leve de viver a Vida Religiosa, mais informal e acolhedor. Recife tem um jeito mais centrado, reflexivo, negocia com diálogo, seguindo os protocolos.

23- Valores que enxergamos na outra Unidade
- O compromisso com a missão assumida pelos confrades em áreas menos favorecidas e menos assistidas pela Igreja.
- O compromisso missionário dos antepassados, herdado como missão para as novas gerações.
- Esforço em promover uma boa formação para os formandos.
- A história redentorista no Nordeste: testemunho de vida dos que anunciaram a Copiosa Redenção ao seu modo.
- Perceber a organização da Equipe Missionária, o Governo composto por brasileiros.

CONCLUSÃO
As respostas da pesquisa aqui apresentada não tratam a de dar uma resposta definitiva a questão da parceria entre as Unidades de Recife e Fortaleza. Elas comentam, apontam caminhos, denunciam situações a serem refletidas e reelaboradas, anunciam esperanças para o futuro. E mais que isso, diz que o caminho pensado originalmente foi acertado. Expressa a necessidade de rever os métodos e ações que vão construindo eficaz e eficientemente a rede de instrumentais que embasam a experiência de colaboração, afinal, é necessário fortalecer o espírito de cooperação, que tem base no Evangelho. Foi a rede de discípulos que fizeram a experiência de Jesus, que levou a frente a Boa Notícia. E nesse sentido, só é possível com a ação do Espírito Santo.
Constata-se um número reduzido de “chamados” que responderam a pesquisa. Certamente deveremos rever a metodologia empregada para motivar as pessoas a responderem a pesquisa. O envio das perguntas via internet (spam) já é um elemento que a princípio não colabora. Por outro lado, é visível que o grupo não apresenta motivação para as questões de parceria, como a outras questões. Além disso, os tempos modernos fazem os religiosos de hoje ficarem assoberbados com compromissos cada vez mais numerosos. Na lista de prioridades, não damos a devida importância ao que é da comunidade. Vejamos que em nossas Unidades, a reunião e o convívio comunitário está sempre ficando por último em nossas agendas. Oxalá esta inferência seja uma irracionalidade.

O desafio aqui é resumir, enxugar as respostas de forma que tenhamos um material mais prático para o entendimento dos resultados. E isto passo para aqueles que tiverem tempo e generosidade. Poderão prestar um grande serviço às Unidades envolvidas.

Este resultado é apenas um aperitivo para uma pesquisa maior, que envolva e motive os dois grupos redentoristas do Nordeste a se expressarem e sonharem com tempos novos. Se esta avaliação fosse considerada inútil, ainda assim valeu a pena para o despertar para uma reflexão acerca da realidade que pode nos unir no mesmo objetivo: gastar os dias pregando a Copiosa Redenção.

[1] As respostas das questões não seguem a ordem apresentada